sexta-feira, 30 de novembro de 2012

A Caricatura de Enver Hoxha Feita por Luiz Sérgio N. Henriques


A Caricatura de Enver Hoxha Feita por Luiz Sérgio N. Henriques

Por Ícaro Leal Alves

 
 

Foi-me solicitado que apresentasse meus comentários acerca da resenha do livro O Imperialismo e a Revolução do líder revolucionário albanês, Enver Hoxha, feita por Luiz Sérgio N. Henriques e publicada pela primeira vez no semanário do Partido Comunista Brasileiro, Voz da Unidade, 16 a 22 de janeiro de 1981, ano II, n. 41, p. 17 e hoje disponibilizada pelo blog Materialismo.net.

            Preparei alguns comentários sobre pontos centrais de discussão que consegui abstrair do texto – é preciso dizer – pouco substancial do Dr. Henriques. É lamentável que um homem da estatura intelectual do organizador do site Gramsci e o Brasil tenha conseguido pouco mais do que colecionar adjetivações sobre a “caricatura” de homem que era Hoxha.

            Meus comentários seguem abaixo:

“Stalinismo Maciço e Obstuso” e a Colonização do Pensamento Comunista

Talvez na tentativa de dar cientificidade ao seu trabalha de propaganda anticomunista o Dr. Henriques começa seu texto por caracterizar a conjuntura sobre a qual escreve:

Entre as peculiaridades do atual momento político, está a de impor, por um lado, a busca da unidade entre todos os que se opõem à autocracia militar vigente, busca que se pode chamar de vital para a redemocratização (HENRIQUES, 1981).

Imediatamente alerta ao leitor que essa unidade requerida para luta contra o autocracia militar que então engolia a sociedade brasileira é corroída e ameaçada:

Mas, por outro lado, aquele momento político já avançou ao ponto de [sic] fazer surgirem irreparáveis divergências entre as oposições, em geral, e as esquerdas, em particular (HENRIQUES, 1981).

No paragrafo seguinte somos informados que essa ameaça à unidade “democrática” não vem da paranoia e do preconceito anticomunista característica dos anos de chumbo pelos quais a sociedade brasileira, obviamente, não passou ilesa, não passou sem adquirir qualquer coisa que lhe entranhe na alma, mas sim um livro de 400 páginas de um líder político-revolucionário albanês, que, se contarmos não com o restrito grupo de intelectuais leitores da literatura política saída do Leste Europeu e países afins, mas sim, a totalidade dos brasileiros, é justo dizer; quase ninguém leu.

            Ao falar do livro, o Dr. Henriques faz menção ao prefácio de João Amazonas, então dirigente do Partido Comunista do Brasil (PCdoB). Ora, logo no primeiro paragrafo do mencionado prefácio, João Amazonas afirma; “Fazia grande falta ao movimento comunista mundial uma obra da Envergadura de O IMPERIALISMO E A REVOLUÇÃO” (AMAZONAS, 1980: I)[1].Ficamos assim informados que a obra de Hoxha tem um público alvo bem restrito e um objetivo muito claro, o de ser uma síntese do atual estágio de desenvolvimento do marxismo-leninismo (atual para 1978), e, seu publico alvo é, não mais, que o restrito grupo de marxista-leninistas de leitura albanesa que o autor da resenha tem direcionado sua crítica.

            Estranho! O doutor Luiz Sérgio Henriques entende como ameaça a frente democrática do Brasil a edição de um livro que não tem outro objetivo que informar aqueles que reivindicam uma determinada orientação política sobre as leituras feitas pelo seu principal representante da realidade atual do movimento popular e de sua síntese teórica?

O Dr. Henriques fala de “Stalinismo maciço e obtuso”, de “codificação staliniana do pensamento de Marx e de Lenin” e de “simplificação abusiva da riqueza e a diversidade da obra de Marx, Engels e Lenin”, mas é o próprio Lênin, quem afirma, em Que Fazer?,que o motivo da ruptura da aliança dos comunistas russos, nos fins do século XIX, com os chamados marxistas legais, fora a ausência de independência ideológica imposta aos primeiros pelos últimos e que é essa independência condição Sine Qua Non para qualquer aliança[2]. Como se explica então essa total supressão de independência ideológica exigida aos comunistas do Brasil pelo gramsciano L. S. N. Henriques? Poder-se-ia pensar em maior supressão da liberdade de opinião? É possível imaginar uma concepção de democracia que seja mais totalitária que essa, para a qual, uma frente democrática tem por pressuposto que um dos seus componentes abandone totalmente sua liberdade de produzir opinião independente do outro?

            É a esse tipo de exigência grotesca, que o filosofo italiano, Domenico Losurdo, se refere, ao falar de colonização do pensamento comunista. A democracia (burguesa) é completamente democrática conquanto os comunistas estejam interditados de revelar publicamente suas reais opiniões. Só tendo em vista isso é possível entender plenamente a que se refere o autor quando falar de “impor” a unidade a frente democrática no Brasil.

O “todo compacto, em si acabado, capaz de responder a todos os problemas” dos stalinistas e a Grande Ausência dos marxianos

Ao lermos a critica do professor Lúcio Jr[3] a essa resenha que agora submetemos a analise ficamos sabendo que o Dr. L. S. N. Henriques posiciona-se atualmente no campo dos marxianos. Os marxistas com forte presença acadêmica do período atual se caracterizam pela preferencia ao termo marxiano, no qual vêem maior riqueza cientifica que no termo marxista-leninista.

            Já na resenha de 1981 podemos notar como Henriques rebela-se contra essa designação que considera absurda;

Desde o início, fica claro que Hodja, ao usar de modo repetitivo a fórmula marxismo-leninismo, de cuja “pureza” (sic) se arvora em defensor, o que faz na verdade é apresentar uma versão de quinta categoria da codificação staliniana do pensamento de Marx e de Lenin. Tenho a impressão de que poucas vezes se fez tão claro, como neste texto de Hodja, que o uso daquela fórmula termina por “apresentar a teoria revolucionária do movimento comunista como um todo compacto, em si acabado, capaz de responder a todos os problemas”, ao mesmo tempo [em] que simplifica abusivamente a riqueza e a diversidade da obra de Marx, Engels e Lenin, além da própria história do movimento operário (HENRIQUES, 1981).

Vemos aqui plenamente sintetizada, já há 30 anos, essa tese, que muitos insistem em ver como novidade, segundo a qual o marxismo-leninismo é uma codificação staliniana do pensamento de Marx e de Lênin, que consiste fundamentalmente em apresentar a teoria revolucionária do movimento comunista como um todo compacto, em si acabado, capaz de responder a todos os problemas. Ou seja, aqui estamos diante da acusação de que o marxismo-leninismo seria a-histórico.

            É verdade que foi Stálin o maior divulgador do termo marxismo-leninismo e talvez tenha sido o primeiro a reivindica-lo. Mas, como Stálin compreendia e definia essa teoria?

            Em seu livro Fundamentos do Leninismo, Josef Stálin dedica as primeiras páginas a discussão do “que é, pois, o leninismo?”. São duas paginetas que trazem, no entanto, aquele historiador que gosta de pensar e que não está infectado pelos preconceitos correntes elementos de reflexão de tomos inteiros. Após criticar as definições correntes do leninismo Stálin afirma; “o leninismo é o marxismo da época do imperialismo e da revolução proletária”[4].

            O leitor afiado e que ainda não ficou cego pelo anticomunismo notará que Stálin se refere a época, portanto, a temporalidade. Algo sem par para um historiador. A definição de Stálin do leninismo vai mais a além. Ele diz;

A verdade inteira sobre o leninismo consiste em que não só ressuscitou o marxismo, mas deu um passo à frente, prosseguido o desenvolvimento do marxismo dentro das novas condições do capitalismo e da luta de classes do proletariado (STALIN, sem data: 8).

Pois bem, o marxismo-leninismo, ou, a decodificação staliniana do pensamento de Marx e Lênin – que deforma esse pensamento ao torna-lo um todo compacto, em si acabado, capaz de responder a todos os problemas – exige não só uma temporalidade especifica, mas também um campo concreto de ação, as condições do capitalismo (aqui Stálin refere-se ao capitalismo monopolista), mas também a experiência coletiva, a luta de classes. Em resumo, a história.

            A acusação de um caráter a-histórico do marxismo-leninismo cai por terrar.

            Por outro lado, os seus detratores, que se pretendem atentos as particularidades e inovações, parecem não passar imunes da acusação de a-históricos, quando desenvolvem por exemplo a teoria do Retorno a Marx. Vejamos com um já citado filosofo italiano desenvolve brilhantemente esse problema:

Eis que emerge a palavra de ordem de “volta a Marx”. Seria fácil demonstrar que Marx é o filosofo mais decisivamente crítico da filosofia dos retornos. Em sua época, desprezou aqueles que, em polêmica com Hegel, queriam voltar a Kant ou, definitivamente, a Aristóteles! Volta a entrar, no abc do materialismo histórico, a tese segundo a qual a teoria se desenvolve a partir da história, da materialidade dos processos históricos. O grande pensador revolucionário não hesitou em reconhecer o débito teórico contraído por ele em relação a breve experiência da Comuna de Paris: atualmente, ao contrário, décadas e décadas de um período histórico particularmente intenso, da Revolução de Outubro à chinesa, cubana (nós incluímos, albanesa – I.L.A.) etc., devem ser declaradas destituídas de significado e de relevância no que diz respeito à “autêntica” mensagem da salvação já consignada, de uma vez por todas, em textos sagrados, que teriam apenas de ser redescobertos e reanalisados religiosamente (LOSURDO, 2009: 20)![5]

É a esse tipo de dogmatismo canônico que recorre o nosso “crítico”, que curiosamente atribui ao partidário da leitura “histórica” do marxismo proposta por Stálin a acusação de reverencia religiosa. Nega as experiências históricas do socialismo no século XX e apega-se a letra de Marx. É a isso que se referia o professor Lúcio Jr, em sua critica ao mesmo Dr. Henriques, quando afirmava que esse nega a linha de continuidade entre Marx, Lênin e Stálin.

            Sobre essa categoria de dogmatismo tenho uma experiência particular que gostaria de compartilhar. Faz poucos dias recebi uma resposta ao meu artigo “Alguns Problemas do Paradigma Trotskista”. Na carta um trotskista argumentava que as citações de Lênin referentes ao problema do socialismo em um só país eram nulas visto que ele não conheceu a obra a Ideologia Alemã de Marx e Engels, só publicada em 1932, nas quais os dois afirmam ser impossível a construção de uma sociedade comunista num só país. Tendo Trotsky tido a possibilidade de estudar esses escritos, cujas páginas, muitas, se perderam para sempre, estaria melhor colocado para falar desse problema do que Lênin que morrera em 1924. Assim o trotskista dá a discussão do problema do socialismo em um só país por encerrado. Não entraremos na questão da interpretação que consideramos erronia das palavras de Marx e Engels, somente salientaremos que perante a experiência histórica gigantesca de um país agrário, capitalisticamente atrasado, destruído pela guerra e cercado de Estados hostis, que consegue em poucos anos edificar relações econômicas socialistas, desenvolver as forças produtivas ao ponto de passar da época do arado de madeira a da energia atômica e ainda vencer uma guerra mundial praticamente sozinho, o trotskista dogmático prefere se aferrar a letra messiânica de um texto de Marx carcomido pela critica corrosiva dos ratos e que o próprio autor decidiu não publicar.

            Podemos concluir desse ponto que a história é a Grande Ausência desses críticos do marxismo-leninismo que recentemente passaram a se esconder sobre a máscara do pensamento marxiano, mas que também se intitulam de trotskistas, gramscianos etc.

Acusação de Dogmatismo e Falsa Dicotomia

O Dr. Henriques também acusa Enver Hoxha de criar uma falsa dicotomia; “Todo o seu discurso, efetivamente, está marcado pela oposição ortodoxia/revisionismo”. Diante da inconsistência tremenda que marca o discurso “revisionista” do nosso crítico bastaria afirmar que isso é mentira. Hoxha não advoga uma posição de ortodoxia e cópia acrítica da experiência soviética ou outra como quer fazer crer o autor. O próprio Hoxha afirma em alguns momentos que os soviéticos cometeram erros já no período de Stálin[6] e a experiência albanesa é por si só criativa como faz notar Fishuk na introdução que preparou para o texto de Henriques, o socialismo nasce na Albânia de uma guerra antifascista de libertação nacional num país feudal sem proletariado industrial desenvolvido.

            O problema da difusão tremenda de um revisionismo no movimento comunista internacional é coisa que preocupou toda uma serie de líderes comunistas e não somente Hoxha. A critica ao revisionismo é bem diverso do apego a letra de Marx, característico ai sim de uma serie de críticos do marxismo-leninismo, como já demonstramos. É sim a preocupação com a castração acadêmica feita contra o marxismo pelo ala direita do movimento dos trabalhadores, como faz notar o próprio Lênin, já em 1908[7], e reafirma, 50 anos depois, Mao e Enver.

Discurso de Autoridade e Construção Dialética do Conhecimento

Aqui chegamos a mais um ponto curioso do texto. Segundo ele, Hoxha realiza um processo de castração do carácter criativo do marxismo (!??), e; “Ao cabo desta operação, ficam restaurados, em todo o seu duvidoso esplendor, os argumentos de autoridade no interior do marxismo” (HENRIQUES, 1981). Depois de encontrarmos essa argumentação em um trabalho de 1981 é espantoso recordar como algumas pessoas ainda o utilizam com ares de extrema novidade. Pelo menos, essas pessoas desconhecem a definição de Lênin do Marxismo como passo posterior a tudo aquilo que de melhor a ciência burguesa foi capaz de produzir[8]. Mas o Dr. Henriques, que conhece tal definição e sabe muito bem o processo complicado que move a elaboração do conhecimento estaria livre para criticar de forma tão grosseira o exigência de Hoxha de um referencial sólido nos clássico do marxismo-leninismo? Não faria melhor se admitisse a necessidade de tal referencial e exigisse dos seu colegas gramscianos, trotskistas e outros a devida utilização desse referencial atendo-se as experiências históricas, única forma adequada de utiliza-lo.?

            É essa uma estranha característica do campo antimarxista-leninista, eles falam de “discurso de autoridade” e se saem de discussões históricas espinhosas com citações de textos que os próprios autores decidiram não publicar. Entenda isso quem poder.

A Paranoia Stalinista

Por último reaparece a tese canônica em termos de crítica ao stalinismo, a acusação de paranoia por parte de seus lideres. Segundo o autor,Hoxha excomunga do mundo comunista como inimigos do povo, os trotskistas, bukharinistas e outros istas, pela mais pura paranoia. Mas uma vez o exemplo de como a inovadora corrente marxiana, cuja ultima palavra é retornar a Marx, não consegue observar uma coisa chamada história.

            Mas como os marxianos só parecem estar dispostos a ir longe no tempo quando o assunto são manuscritos embolorados de Marx deixemo-los o exercício de meditar sobre a atual situação na Síria e de que lado está o Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (trotskista)[9]. Assim nossos marxianos podem refletir mais detidamente sobre a paranoia stalinista.

Construção da Democracia e enriquecimento categorial; alguns serviços ao capital <<Considerações Finais>>

Ao longo do texto fizemos algumas considerações sobre determinados pontos que notamos centrais da elaboração da critica a Hoxha, que sob a máscara da critica ao dogmatismo não é mais que critica ao marxismo-leninismo. E mais, o caráter extremamente limitado da resenha apresentada pelo Dr. Luiz Sérgio N. Henriques, limitado inclusive no numero de linhas, nos forçou a trabalhar quase que exclusivamente com léxicos. Henriques não fez muito mais que apresentar adjetivações referentes ao líder albanês que entre outras coisas é acusado de ser uma figura “bizarra”. O desprezo dos marxianos pela história e pelo socialismo real, aquilo que realmente se constrói, chega a esse extremo.

As considerações apresentadas agora ficaram para o final não só porque se referem aos ultimos parágrafos do texto analisado mais também porque são o desenlace da trama.

Afirmamos logo de inicio que o que o doutor Henriques propõe é uma concepção totalitária de democracia. Pois vejamos:

Gostaria de observar, por fim, que a construção de uma sociedade democrática, possível ‒ apenas possível ‒ no Brasil de agora, estimula no campo da teoria um processo de enriquecimento categorial: é como se a sociedade civil, articulando-se, passasse a cobrar mais das diferentes correntes políticas (não se trata, é óbvio, de nada parecido com “patrulhamento ideológico” ou coisa assim). E quem se apresenta patrocinando um livro como o de EnverHodja só pode aspirar às dimensões de seita inconsequente e totalitária, sem muito a oferecer para aquela articulação mais sólida da sociedade civil e para o próprio processo de enriquecimento dos conceitos e das categorias (HENRIQUES, 1981).

Pois bem, o doutor Henriques apresenta o processo de democratização do país como sendo algo que estimulasse o enriquecimento categorial no campo da teoria, mas acredita ser condenável aquele grupo que se vê patrocinando um livro! Pouco importa se esse grupo tenha tido muitos saídos de suas fileiras exterminados fisicamente, seja na guerrilha do Araguaia seja na chacina da Lapa, por se baterem por essa “democracia” de que fala Henriques. Tão pouco importante é, tão significativo como um detalhe infantil, para o doutor Henriques, que o autor desse livro seja o homem que liderou um pequeno povo, a altura contando com pouco mais de um milhão e meio de pessoas, para prestar seus concursos a eliminação da maior maquina de guerra contra democracia da história do século XX, a Wehrmacht. Pouco importa se esse homem tenha liderado um exército (o Exército de Libertação Nacional Albanês, ELNA) para com seu suor e sangue ajudar a destruir e extirpa da face da terra o nazi-fascismo. Tudo isso é um mero detalhe, circunstancial talvez, como o é, ver um paladino da democracia, como o doutor Luiz Sérgio Henriques, reivindicando o retorno da censura anticomunista sob as novas vestes do enriquecimento categorial. Afinal, o que é apelar para que se “condene” um grupo político que edita um livro escrito por um líder de um país de terceiro mundo e do campo socialista, que ainda por cima liderou um movimento guerrilheiro contra o nazi-fascismo, porque supostamente esse grupo não tem com o que contribuir para a democracia, se não o velho ódio anticomunista reeditado e publicado nas folhas de um semanário que se afirma comunista?

            O “totalitarismo” burguês tornou-se mais sofisticado. Tagarela sobre a “sociedade civil”, esse termo vago e meloso, enquanto busca negar, obscurecer, submeter a vexação publica aqueles que com suas vidas concorreram para derrubar os muros do fascismo e da opressão e construir uma verdadeira democracia para os trabalhadores. O pensamento do Camarada Enver Hoxha, não obstante seja apreciado com diferentes níveis de validade pelos que de fato defendem uma sociedade mais democrática, continua sendo uma síntese magistral de toda uma época de lutas e de conquistas das classes exploradas e oprimidas. Um pedaço importante do edifício inacabado e interminável, mas já gigantesco, que é hoje, o marxismo-leninismo.



[1] AMAZONAS, João. Prefácio in HOXHA, Enver. O Imperialismo e a Revolução; tradução: Instituto de Estudos Marxista-Leninistas da Albânia – 2ª Edição, 1979: – 2ª Edição – Editora Anita Garibaldi Ltda. São Paulo, 1980. Pp. I
[2] LENIN, Vladimir. Que Fazer? In V.I. LENIN OBRAS ESCOLHIDAS EM TRÊS TOMOS; V. 1. – São Paulo: Editora Alfa-Omega, 1979. Pp. 92
[3] JR, Lúcio, Sobre Resenha de um Gramsciano Contra Hoxha disponível em <<http://revistacidadesol.blogspot.com.br/2012/11/sobre-resenha-de-um-gramsciano-contra.html>>, consultado em 30 de novembro de 2012.
[4] STÁLIN, Josef. Fundamentos do Leninismo. – Recife: Edições Manoel Lisboa, sem data. Pp. 8
[5] LOSURDO, Domenico. Fuga da História? A revolução russa e a revolução chinesa vistas de hoje. – 1ª reimpressão – Rio de Janeiro: Revan, fevereiro de 2009. Pp. 20
[6] HOXHA, Enver. A Luta Contra o Revisionismo Soviético; Discurso na Conferência dos 81 partidos comunistas e operários, realizada em Moscou, em 1960. – São Paulo: Edição Conjunta: Anita Garibaldi e Associação de Amizade Brasil-Albânia, 1985. ( Nas partes referentes a critica dos soviéticos a Stálin, Hoxha afirma que Stálin cometeu erros mais que no geral manteve-se no campo do marxismo-leninismo).
[7] LÊNIN, Vladimir. Marxismo e Revisionismo in V.I. LENIN OBRAS ESCOLHIDAS EM TRÊS TOMOS; V. 1. – São Paulo: Editora Alfa-Omega, 1979. Pp. 41
[8] LÊNIN, Vladimir. As Três Fontes e as Três Partes Constitutivas do Marxismo in V.I. LENIN OBRAS ESCOLHIDAS EM TRÊS TOMOS; V. 1. – São Paulo: Editora Alfa-Omega, 1979. Pp. 35-38
[9] ALVES, Cristiano. PSTU manifesta solidariedade a mercenários da CIA na Síria disponível em <http://www.apaginavermelha.blogspot.com.br/2012/11/politica-pstu-manifesta-solidariedade.html>  consultado em 30 de novembro de 2012.

7 comentários:

  1. Este artigo, publicado em 1981, no auge da decadência do PCB, quando o partido já não representava nada da luta pelo socialismo e era apenas uma espécie de "clube de democratas" doidos por cargos no governo Figueiredo. O PCB em 1981 chamava o PCdoB de "seita totalitarista" justamente pela postura revolucionária que o Partido tinha na época e que o PCB havia abandonado desde muito tempo (desde 1958 com a declaração de março, pelo menos). Os marxianos, gramscianos, lenineanos, entre outros "anus", são apenas idiotas academicistas que querem - no fundo - colaborar com a reação, se travestindo de esquerda. São vermes que mudam o sentido dos textos de Marx, Engels, Lênin, Gramsci, e dão interpretações pós-modernas, resumindo, querem reinventar a roda, gostam de ser mais realistas que os reis, e por aí vai... São vermes e como vermes não merecem nenhum crédito.
    Seus artigos continuam bem escritos e infelizmente não temos espaços maiories para divulgação dos mesmos.
    Saudações revolucionárias!
    Viva, sempre, Marx, Engels, Lênin, Stálin!

    Clóvis Manfrini
    Terezinha (PE)

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  2. Agora eu me pergunto: será que esses trotskistas são loucos ou eles acham que as pessoas são trouxas? Não é porque os "estalinistas" defendem a teoria do "socialismo em um só país" em uma determinada conjuntura (como na Rússia), que isto signifique que não queremos que o socialismo se espalhe pelo mundo inteiro.

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  3. Ícaro, será que esse trotskista que respondeu ao teu artigo, dizendo que Marx e Engels colocaram em A Ideologia Alemã que a revolução tinha de ser de caráter universal estava realmente falando a verdade? Falo isso porque li uma parte dessa obra, editada pela Martin Claret (que só mostra a parte em que Marx e Engels falam das idéias de Feuerbach, pois a versão completa desse livro, que é editada separadamente pela Boitempo e pela Civilização Brasileira tem quase 700 páginas) e não vi essa suposta importância que os autores teriam dado para a necessidade de uma revolução mundial.

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  4. Felipe, de fato os trotsksitas entendem muito mal a obra do Marx e do Engels. Os dois não negavam a possibilidade da revolução socialista num só país nem mesmo depositavam todas as suas esperanças nos países mais desenvolvidos industrialmente. Veja que no Manifesto do partido comunistas os dois falam da possibilidade de uma revolução proletária na Alemanha. Mas tratava-se da Alemanha de 1848, por tanto agrária, semi-feudal e um dos países mais atrasados da Europa que ainda nem tinha passado pela revolução burguesa.

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  5. Ícaro, o pior é que há alguns teóricos ditos marxistas que chegam a acusar Stalin de ter "negligenciado" a publicação e posterior promoção, por exemplo, de escritos do "jovem Marx" e os rascunhos feitos para a confecção de O Capital, mais conhecidos como Grundrisse (aliás, algumas pessoas parecem dar mais importância a esses rascunhos do que ao próprio O Capital. Por que será que isso acontece?).

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  6. Ícaro, gostaria de saber o que você tem a dizer sobre o penúltimo comentário feito por mim nesta postagem. Agradeço desde já a sua atenção.

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  7. Todo dito de acusação é lançada contra Stalin, mesmo que infundada. Durante o seu período e durante todo o período de existências das Repúblicas Socialistas Soviéticas e dos países de Democracia Popular se fez muitos esforços para se difundir o Marxismo-Leninismo e os escritos de Marx-Engels-Lenin. A Ideologia Alemã só veio a público nesse período e editado pela primeira vez em Moscou. Em 1936, o PC (bolchevique) da URSS comprou os arquivos pessoas de Marx que estivera até então sob o poder do Partido Socialdemocrata Alemão. Quando da dissolução da RDA (República Democrática Alemã) existia um projeto de publicação das obras completas de Marx e Engels em mais de 100 volumes, coletadas de arquivos durante anos, nos arquivos pessoais de Marx comprados pela URSS e encontrados em outros arquivos. Houve um grande esforço de pesquisa e divulgação dos escritos de Marx. Essa acusação é infundada.

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