A Caricatura de Enver Hoxha Feita por Luiz Sérgio N.
Henriques
Por Ícaro Leal Alves
Foi-me
solicitado que apresentasse meus comentários acerca da resenha do livro O Imperialismo e a Revolução do líder
revolucionário albanês, Enver Hoxha, feita por Luiz Sérgio N. Henriques e
publicada pela primeira vez no semanário do Partido Comunista Brasileiro, Voz da Unidade, 16 a 22 de janeiro de
1981, ano II, n. 41, p. 17 e hoje disponibilizada pelo blog Materialismo.net.
Preparei alguns comentários sobre
pontos centrais de discussão que consegui abstrair do texto – é preciso dizer –
pouco substancial do Dr. Henriques. É lamentável que um homem da estatura
intelectual do organizador do site Gramsci e o Brasil tenha conseguido pouco
mais do que colecionar adjetivações sobre a “caricatura” de homem que era
Hoxha.
Meus comentários seguem abaixo:
“Stalinismo Maciço e Obstuso” e a
Colonização do Pensamento Comunista
Talvez
na tentativa de dar cientificidade ao seu trabalha de propaganda anticomunista
o Dr. Henriques começa seu texto por caracterizar a conjuntura sobre a qual
escreve:
Entre
as peculiaridades do atual momento político, está a de impor, por um lado, a
busca da unidade entre todos os que se opõem à autocracia militar vigente,
busca que se pode chamar de vital para a redemocratização (HENRIQUES, 1981).
Imediatamente alerta ao leitor que essa unidade
requerida para luta contra o autocracia militar que então engolia a sociedade
brasileira é corroída e ameaçada:
Mas,
por outro lado, aquele momento político já avançou ao ponto de [sic] fazer
surgirem irreparáveis divergências entre as oposições, em geral, e as
esquerdas, em particular (HENRIQUES, 1981).
No
paragrafo seguinte somos informados que essa ameaça à unidade “democrática” não
vem da paranoia e do preconceito anticomunista característica dos anos de
chumbo pelos quais a sociedade brasileira, obviamente, não passou ilesa, não
passou sem adquirir qualquer coisa que lhe entranhe na alma, mas sim um livro
de 400 páginas de um líder político-revolucionário albanês, que, se contarmos
não com o restrito grupo de intelectuais leitores da literatura política saída do
Leste Europeu e países afins, mas sim, a totalidade dos brasileiros, é justo
dizer; quase ninguém leu.
Ao falar do livro, o Dr. Henriques
faz menção ao prefácio de João Amazonas, então dirigente do Partido Comunista
do Brasil (PCdoB). Ora, logo no primeiro paragrafo do mencionado prefácio, João
Amazonas afirma; “Fazia grande falta ao movimento comunista mundial uma obra da
Envergadura de O IMPERIALISMO E A REVOLUÇÃO” (AMAZONAS, 1980: I)[1].Ficamos
assim informados que a obra de Hoxha tem um público alvo bem restrito e um
objetivo muito claro, o de ser uma síntese do atual estágio de desenvolvimento
do marxismo-leninismo (atual para 1978), e, seu publico alvo é, não mais, que o
restrito grupo de marxista-leninistas de leitura albanesa que o autor da
resenha tem direcionado sua crítica.
Estranho! O doutor Luiz Sérgio
Henriques entende como ameaça a frente democrática do Brasil a edição de um
livro que não tem outro objetivo que informar aqueles que reivindicam uma
determinada orientação política sobre as leituras feitas pelo seu principal
representante da realidade atual do movimento popular e de sua síntese teórica?
O
Dr. Henriques fala de “Stalinismo maciço e obtuso”, de “codificação staliniana
do pensamento de Marx e de Lenin” e de “simplificação abusiva da riqueza e a
diversidade da obra de Marx, Engels e Lenin”, mas é o próprio Lênin, quem
afirma, em Que Fazer?,que o motivo da
ruptura da aliança dos comunistas russos, nos fins do século XIX, com os
chamados marxistas legais, fora a ausência de independência ideológica imposta
aos primeiros pelos últimos e que é essa independência condição Sine Qua Non para qualquer aliança[2]. Como
se explica então essa total supressão de independência ideológica exigida aos
comunistas do Brasil pelo gramsciano L. S. N. Henriques? Poder-se-ia pensar em
maior supressão da liberdade de opinião? É possível imaginar uma concepção de
democracia que seja mais totalitária que essa, para a qual, uma frente
democrática tem por pressuposto que um dos seus componentes abandone totalmente
sua liberdade de produzir opinião independente do outro?
É a esse tipo de exigência grotesca,
que o filosofo italiano, Domenico Losurdo, se refere, ao falar de colonização
do pensamento comunista. A democracia (burguesa) é completamente democrática
conquanto os comunistas estejam interditados de revelar publicamente suas reais
opiniões. Só tendo em vista isso é possível entender plenamente a que se refere
o autor quando falar de “impor” a unidade a frente democrática no Brasil.
O “todo compacto, em si acabado,
capaz de responder a todos os problemas” dos stalinistas e a Grande Ausência
dos marxianos
Ao
lermos a critica do professor Lúcio Jr[3] a
essa resenha que agora submetemos a analise ficamos sabendo que o Dr. L. S. N.
Henriques posiciona-se atualmente no campo dos marxianos. Os marxistas com
forte presença acadêmica do período atual se caracterizam pela preferencia ao
termo marxiano, no qual vêem maior riqueza cientifica que no termo
marxista-leninista.
Já na resenha de 1981 podemos notar
como Henriques rebela-se contra essa designação que considera absurda;
Desde
o início, fica claro que Hodja, ao usar de modo repetitivo a fórmula marxismo-leninismo,
de cuja “pureza” (sic) se arvora em defensor, o que faz na verdade é apresentar
uma versão de quinta categoria da codificação staliniana do pensamento de Marx
e de Lenin. Tenho a impressão de que poucas vezes se fez tão claro, como neste
texto de Hodja, que o uso daquela fórmula termina por “apresentar a teoria
revolucionária do movimento comunista como um todo compacto, em si acabado,
capaz de responder a todos os problemas”, ao mesmo tempo [em] que simplifica
abusivamente a riqueza e a diversidade da obra de Marx, Engels e Lenin, além da
própria história do movimento operário (HENRIQUES, 1981).
Vemos
aqui plenamente sintetizada, já há 30 anos, essa tese, que muitos insistem em
ver como novidade, segundo a qual o marxismo-leninismo é uma codificação
staliniana do pensamento de Marx e de Lênin, que consiste fundamentalmente em
apresentar a teoria revolucionária do movimento comunista como um todo
compacto, em si acabado, capaz de responder a todos os problemas. Ou seja, aqui
estamos diante da acusação de que o marxismo-leninismo seria a-histórico.
É verdade que foi Stálin o maior
divulgador do termo marxismo-leninismo e talvez tenha sido o primeiro a
reivindica-lo. Mas, como Stálin compreendia e definia essa teoria?
Em seu livro Fundamentos do Leninismo, Josef Stálin dedica as primeiras páginas
a discussão do “que é, pois, o leninismo?”. São duas paginetas que trazem, no
entanto, aquele historiador que gosta de pensar e que não está infectado pelos
preconceitos correntes elementos de reflexão de tomos inteiros. Após criticar
as definições correntes do leninismo Stálin afirma; “o leninismo é o marxismo
da época do imperialismo e da revolução proletária”[4].
O leitor afiado e que ainda não
ficou cego pelo anticomunismo notará que Stálin se refere a época, portanto, a
temporalidade. Algo sem par para um historiador. A definição de Stálin do
leninismo vai mais a além. Ele diz;
A
verdade inteira sobre o leninismo consiste em que não só ressuscitou o
marxismo, mas deu um passo à frente, prosseguido o desenvolvimento do marxismo
dentro das novas condições do capitalismo e da luta de classes do proletariado
(STALIN, sem data: 8).
Pois
bem, o marxismo-leninismo, ou, a decodificação staliniana do pensamento de Marx
e Lênin – que deforma esse pensamento ao torna-lo um todo compacto, em si
acabado, capaz de responder a todos os problemas – exige não só uma
temporalidade especifica, mas também um campo concreto de ação, as condições do
capitalismo (aqui Stálin refere-se ao capitalismo monopolista), mas também a
experiência coletiva, a luta de classes. Em resumo, a história.
A acusação de um caráter a-histórico
do marxismo-leninismo cai por terrar.
Por outro lado, os seus detratores,
que se pretendem atentos as particularidades e inovações, parecem não passar
imunes da acusação de a-históricos, quando desenvolvem por exemplo a teoria do
Retorno a Marx. Vejamos com um já citado filosofo italiano desenvolve
brilhantemente esse problema:
Eis
que emerge a palavra de ordem de “volta a Marx”. Seria fácil demonstrar que
Marx é o filosofo mais decisivamente crítico da filosofia dos retornos. Em sua
época, desprezou aqueles que, em polêmica com Hegel, queriam voltar a Kant ou,
definitivamente, a Aristóteles! Volta a entrar, no abc do materialismo
histórico, a tese segundo a qual a teoria se desenvolve a partir da história,
da materialidade dos processos históricos. O grande pensador revolucionário não
hesitou em reconhecer o débito teórico contraído por ele em relação a breve
experiência da Comuna de Paris: atualmente, ao contrário, décadas e décadas de
um período histórico particularmente intenso, da Revolução de Outubro à
chinesa, cubana (nós incluímos, albanesa – I.L.A.) etc., devem ser declaradas
destituídas de significado e de relevância no que diz respeito à “autêntica”
mensagem da salvação já consignada, de uma vez por todas, em textos sagrados,
que teriam apenas de ser redescobertos e reanalisados religiosamente (LOSURDO,
2009: 20)![5]
É
a esse tipo de dogmatismo canônico que recorre o nosso “crítico”, que
curiosamente atribui ao partidário da leitura “histórica” do marxismo proposta
por Stálin a acusação de reverencia religiosa. Nega as experiências históricas
do socialismo no século XX e apega-se a letra de Marx. É a isso que se referia
o professor Lúcio Jr, em sua critica ao mesmo Dr. Henriques, quando afirmava
que esse nega a linha de continuidade entre Marx, Lênin e Stálin.
Sobre essa categoria de dogmatismo
tenho uma experiência particular que gostaria de compartilhar. Faz poucos dias
recebi uma resposta ao meu artigo “Alguns Problemas do Paradigma Trotskista”.
Na carta um trotskista argumentava que as citações de Lênin referentes ao
problema do socialismo em um só país eram nulas visto que ele não conheceu a
obra a Ideologia Alemã de Marx e Engels, só publicada em 1932, nas quais os
dois afirmam ser impossível a construção de uma sociedade comunista num só
país. Tendo Trotsky tido a possibilidade de estudar esses escritos, cujas
páginas, muitas, se perderam para sempre, estaria melhor colocado para falar
desse problema do que Lênin que morrera em 1924. Assim o trotskista dá a
discussão do problema do socialismo em um só país por encerrado. Não entraremos
na questão da interpretação que consideramos erronia das palavras de Marx e
Engels, somente salientaremos que perante a experiência histórica gigantesca de
um país agrário, capitalisticamente atrasado, destruído pela guerra e cercado
de Estados hostis, que consegue em poucos anos edificar relações econômicas socialistas,
desenvolver as forças produtivas ao ponto de passar da época do arado de
madeira a da energia atômica e ainda vencer uma guerra mundial praticamente
sozinho, o trotskista dogmático prefere se aferrar a letra messiânica de um
texto de Marx carcomido pela critica corrosiva dos ratos e que o próprio autor
decidiu não publicar.
Podemos concluir desse ponto que a
história é a Grande Ausência desses críticos do marxismo-leninismo que
recentemente passaram a se esconder sobre a máscara do pensamento marxiano, mas
que também se intitulam de trotskistas, gramscianos etc.
Acusação de Dogmatismo e Falsa
Dicotomia
O
Dr. Henriques também acusa Enver Hoxha de criar uma falsa dicotomia; “Todo o
seu discurso, efetivamente, está marcado pela oposição ortodoxia/revisionismo”.
Diante da inconsistência tremenda que marca o discurso “revisionista” do nosso
crítico bastaria afirmar que isso é mentira. Hoxha não advoga uma posição de
ortodoxia e cópia acrítica da experiência soviética ou outra como quer fazer
crer o autor. O próprio Hoxha afirma em alguns momentos que os soviéticos
cometeram erros já no período de Stálin[6] e
a experiência albanesa é por si só criativa como faz notar Fishuk na introdução
que preparou para o texto de Henriques, o socialismo nasce na Albânia de uma
guerra antifascista de libertação nacional num país feudal sem proletariado
industrial desenvolvido.
O problema da difusão tremenda de um
revisionismo no movimento comunista internacional é coisa que preocupou toda
uma serie de líderes comunistas e não somente Hoxha. A critica ao revisionismo
é bem diverso do apego a letra de Marx, característico ai sim de uma serie de
críticos do marxismo-leninismo, como já demonstramos. É sim a preocupação com a
castração acadêmica feita contra o marxismo pelo ala direita do movimento dos
trabalhadores, como faz notar o próprio Lênin, já em 1908[7], e
reafirma, 50 anos depois, Mao e Enver.
Discurso de Autoridade e Construção
Dialética do Conhecimento
Aqui
chegamos a mais um ponto curioso do texto. Segundo ele, Hoxha realiza um
processo de castração do carácter criativo do marxismo (!??), e; “Ao cabo desta
operação, ficam restaurados, em todo o seu duvidoso esplendor, os argumentos de
autoridade no interior do marxismo” (HENRIQUES, 1981). Depois de encontrarmos
essa argumentação em um trabalho de 1981 é espantoso recordar como algumas
pessoas ainda o utilizam com ares de extrema novidade. Pelo menos, essas
pessoas desconhecem a definição de Lênin do Marxismo como passo posterior a
tudo aquilo que de melhor a ciência burguesa foi capaz de produzir[8].
Mas o Dr. Henriques, que conhece tal definição e sabe muito bem o processo
complicado que move a elaboração do conhecimento estaria livre para criticar de
forma tão grosseira o exigência de Hoxha de um referencial sólido nos clássico
do marxismo-leninismo? Não faria melhor se admitisse a necessidade de tal referencial e
exigisse dos seu colegas gramscianos, trotskistas e outros a devida utilização
desse referencial atendo-se as experiências históricas, única forma adequada de
utiliza-lo.?
É essa uma estranha característica
do campo antimarxista-leninista, eles falam de “discurso de autoridade” e se
saem de discussões históricas espinhosas com citações de textos que os próprios
autores decidiram não publicar. Entenda isso quem poder.
A Paranoia Stalinista
Por
último reaparece a tese canônica em termos de crítica ao stalinismo, a acusação
de paranoia por parte de seus lideres. Segundo o autor,Hoxha excomunga do mundo
comunista como inimigos do povo, os trotskistas, bukharinistas e outros istas,
pela mais pura paranoia. Mas uma vez o exemplo de como a inovadora corrente
marxiana, cuja ultima palavra é retornar a Marx, não consegue observar uma
coisa chamada história.
Mas como os marxianos só parecem
estar dispostos a ir longe no tempo quando o assunto são manuscritos
embolorados de Marx deixemo-los o exercício de meditar sobre a atual situação
na Síria e de que lado está o Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado
(trotskista)[9].
Assim nossos marxianos podem refletir mais detidamente sobre a paranoia
stalinista.
Construção da Democracia e
enriquecimento categorial; alguns serviços ao capital <<Considerações
Finais>>
Ao
longo do texto fizemos algumas considerações sobre determinados pontos que
notamos centrais da elaboração da critica a Hoxha, que sob a máscara da critica
ao dogmatismo não é mais que critica ao marxismo-leninismo. E mais, o caráter
extremamente limitado da resenha apresentada pelo Dr. Luiz Sérgio N. Henriques,
limitado inclusive no numero de linhas, nos forçou a trabalhar quase que
exclusivamente com léxicos. Henriques não fez muito mais que apresentar
adjetivações referentes ao líder albanês que entre outras coisas é acusado de
ser uma figura “bizarra”. O desprezo dos marxianos pela história e pelo
socialismo real, aquilo que realmente se constrói, chega a esse extremo.
As
considerações apresentadas agora ficaram para o final não só porque se referem
aos ultimos parágrafos do texto analisado mais também porque são o desenlace da
trama.
Afirmamos
logo de inicio que o que o doutor Henriques propõe é uma concepção totalitária
de democracia. Pois vejamos:
Gostaria
de observar, por fim, que a construção de uma sociedade democrática, possível ‒
apenas possível ‒ no Brasil de agora, estimula no campo da teoria um processo
de enriquecimento categorial: é como se a sociedade civil, articulando-se,
passasse a cobrar mais das diferentes correntes políticas (não se trata, é
óbvio, de nada parecido com “patrulhamento ideológico” ou coisa assim). E quem
se apresenta patrocinando um livro como o de EnverHodja só pode aspirar às
dimensões de seita inconsequente e totalitária, sem muito a oferecer para
aquela articulação mais sólida da sociedade civil e para o próprio processo de
enriquecimento dos conceitos e das categorias (HENRIQUES, 1981).
Pois
bem, o doutor Henriques apresenta o processo de democratização do país como
sendo algo que estimulasse o enriquecimento categorial no campo da teoria, mas
acredita ser condenável aquele grupo que se vê patrocinando um livro! Pouco
importa se esse grupo tenha tido muitos saídos de suas fileiras exterminados
fisicamente, seja na guerrilha do Araguaia seja na chacina da Lapa, por se
baterem por essa “democracia” de que fala Henriques. Tão pouco importante é,
tão significativo como um detalhe infantil, para o doutor Henriques, que o
autor desse livro seja o homem que liderou um pequeno povo, a altura contando
com pouco mais de um milhão e meio de pessoas, para prestar seus concursos a
eliminação da maior maquina de guerra contra democracia da história do século
XX, a Wehrmacht. Pouco importa se esse homem tenha liderado um exército (o
Exército de Libertação Nacional Albanês, ELNA) para com seu suor e sangue
ajudar a destruir e extirpa da face da terra o nazi-fascismo. Tudo isso é um
mero detalhe, circunstancial talvez, como o é, ver um paladino da democracia,
como o doutor Luiz Sérgio Henriques, reivindicando o retorno da censura
anticomunista sob as novas vestes do enriquecimento categorial. Afinal, o que é
apelar para que se “condene” um grupo político que edita um livro escrito por
um líder de um país de terceiro mundo e do campo socialista, que ainda por cima
liderou um movimento guerrilheiro contra o nazi-fascismo, porque supostamente
esse grupo não tem com o que contribuir para a democracia, se não o velho ódio
anticomunista reeditado e publicado nas folhas de um semanário que se afirma
comunista?
O “totalitarismo” burguês tornou-se
mais sofisticado. Tagarela sobre a “sociedade civil”, esse termo vago e meloso,
enquanto busca negar, obscurecer, submeter a vexação publica aqueles que com
suas vidas concorreram para derrubar os muros do fascismo e da opressão e
construir uma verdadeira democracia para os trabalhadores. O pensamento do
Camarada Enver Hoxha, não obstante seja apreciado com diferentes níveis de
validade pelos que de fato defendem uma sociedade mais democrática, continua
sendo uma síntese magistral de toda uma época de lutas e de conquistas das
classes exploradas e oprimidas. Um pedaço importante do edifício inacabado e
interminável, mas já gigantesco, que é hoje, o marxismo-leninismo.
[1] AMAZONAS, João. Prefácio in
HOXHA, Enver. O Imperialismo e a
Revolução; tradução: Instituto de Estudos Marxista-Leninistas da Albânia –
2ª Edição, 1979: – 2ª Edição – Editora Anita Garibaldi Ltda. São Paulo, 1980.
Pp. I
[2] LENIN, Vladimir. Que Fazer? In V.I. LENIN OBRAS ESCOLHIDAS EM TRÊS TOMOS;
V. 1. – São Paulo: Editora Alfa-Omega, 1979. Pp. 92
[3] JR, Lúcio, Sobre Resenha de um
Gramsciano Contra Hoxha disponível em
<<http://revistacidadesol.blogspot.com.br/2012/11/sobre-resenha-de-um-gramsciano-contra.html>>,
consultado em 30 de novembro de 2012.
[5] LOSURDO, Domenico. Fuga da História? A revolução russa e a
revolução chinesa vistas de hoje. – 1ª reimpressão – Rio de Janeiro: Revan,
fevereiro de 2009. Pp. 20
[6] HOXHA, Enver. A Luta Contra o Revisionismo Soviético;
Discurso na Conferência dos 81 partidos comunistas e operários, realizada em
Moscou, em 1960. – São Paulo: Edição Conjunta: Anita Garibaldi e Associação de
Amizade Brasil-Albânia, 1985. ( Nas partes referentes a critica dos soviéticos
a Stálin, Hoxha afirma que Stálin cometeu erros mais que no geral manteve-se no
campo do marxismo-leninismo).
[7] LÊNIN,
Vladimir. Marxismo e Revisionismo in V.I.
LENIN OBRAS ESCOLHIDAS EM TRÊS TOMOS; V. 1. – São Paulo: Editora
Alfa-Omega, 1979. Pp. 41
[8] LÊNIN, Vladimir. As Três Fontes e
as Três Partes Constitutivas do Marxismo in V.I. LENIN OBRAS ESCOLHIDAS EM TRÊS TOMOS; V. 1. – São Paulo:
Editora Alfa-Omega, 1979. Pp. 35-38
[9] ALVES, Cristiano. PSTU manifesta
solidariedade a mercenários da CIA na Síria disponível em <http://www.apaginavermelha.blogspot.com.br/2012/11/politica-pstu-manifesta-solidariedade.html> consultado em 30 de novembro de 2012.